A diabetes tipo 1 é uma doença auto-imune caracterizada pela destruição das células beta no pâncreas, responsáveis pela produção de insulina.
Inicialmente, os ratos receberam um coquetel com três medicamentos que levou o pâncreas a retomar a produção da insulina, normalizando o nível de glicose no sangue em mais de 90% dos roedores.
Os pesquisadores da Universidade de Harvard observaram, no entanto, que as drogas haviam conseguido interromper o processo de destruição das células, mas não as regeneraram.
Na segunda fase do estudo, publicado pela revista New Scientist, os especialistas acrescentaram um quarto ingrediente ao coquetel de medicamentos, a enzima alfa-antitripsina, provocando o reaparecimento das células beta.
Transplante – O coordenador do estudo, Tery Strom, acredita que a enzima deve ter amenizado a inflamação no pâncreas, que leva à destruição das células e à interrupção na produção de insulina.
“Ao que nos parece, alterando o estado inflamatório do pâncreas foi possível criar um meio que possibilita a expansão das células beta”, disse Strom.
O especialista disse que ainda era muito cedo para saber se as células beta destruídas haviam sido regeneradas ou se o pâncreas estava produzindo novas células.
A diabetes tipo 1 é tratada por meio de injeções de insulina que devem ser aplicadas pelo paciente regularmente.
Segundo os pesquisadores, as pesquisas sobre a doença vinham se concentrando até agora no transplante de células beta de doadores vivos ou mortos.
A técnica, no entanto, não vem se demonstrando muito eficaz, já que não é grande a oferta de doadores e o transplantado deve tomar medicamentos imunossupressores para o resto da vida.
Os pesquisadores americanos esperam agora poder repetir os testes realizados nos ratos em humanos.
A pesquisa foi apresentada durante um encontro numa conferência internacional sobre imunoterapia e imunossupressão em Berlim, na Alemanha. (Estadão Online)