A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse na quinta-feira (28) em São Paulo que o governo estuda criar um mecanismo de auxílio aos trabalhadores de baixa renda da Amazônia que hoje trabalham em atividades ilegais, como na extração de madeira sem autorização. “Estamos trabalhando na proposta de uma bolsa de serviços ambientais para os que ficarão desempregados saírem dessas práticas ilegais.”
Segundo ela, o mercado não tem capacidade hoje para absorver os empregados que trabalham em serrarias ilegais na Amazônia. “Perguntei para um prefeito quantas serrarias havia ali. ‘700’. Quantas o senhor tem agora? ‘270’. Perguntei para o pessoal da parte técnica: Há suporte para 270? ‘Não.’
O plano é uma reação a conflitos ocorridos na semana passada em Tailândia (PA). Madeireiros autuados por extração ilegal mobilizaram a população para evitar a retirada da madeira pelo Ibama. “Aquelas pessoas são, na maioria das vezes, incitadas a se colocarem contra a fiscalização.”
A ministra defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que há 15 dias disse que a “Amazônia não é um santuário”. Segundo ela, Lula defendia um modelo de desenvolvimento sustentável. “A visão retrógrada, que acha que se pode sacrificar os recursos de milhares de anos pelo lucro de apenas alguns anos, é ainda forte na Amazônia. Mas hoje você não tem mais a resistência”, disse. (Estadão Online)