O experimento, realizado por pesquisadores da Universidade Georgetown, nos EUA, consistiu em “adestrar” larvas para evitar um determinado odor – o contato com o cheiro desencadeava um choque elétrico. Depois da metamorfose, as mariposas adultas continuavam a temer o odor.
Os autores do trabalho afirmam que a aversão da mariposa adulta não poderia ser explicada pela presença de vestígios da substância química responsável pelo odor durante metamorfose, já que nem a aplicação do produto em larvas sem o treinamento com choque elétrico, nem a lavagem das pupas de insetos treinados mudaram o comportamento previsto.
Além disso, de acordo com o artigo que descreve o trabalho, foi detectada uma idade mínima para que o treinamento da larva apresentasse reflexo na mariposa adulta, “o que é consistente com a idéia de que a recordação pós-metamorfose envolve regiões do cérebro que só são produzidas em estágios avançados do desenvolvimento larval”, diz o texto.
Os autores do trabalho afirmam que a descoberta de que a memória sobrevive ao estado de larva pode ter implicações importantes compreender a evolução desses insetos. (Estadão Online)