Versiani revela as artimanhas de empresários inescrupulosos para driblar a fiscalização. Em uma madeireira, as equipes encontraram 4 mil metros cúbicos de toras enterrados em pó de serraria numa área vizinha ao pátio da empresa. O dono da serraria foi preso. Noutra serraria, flagraram uma pá carregadeira e um trator começando a camuflar madeira ilegal. O maquinário foi apreendido. A PF investiga empresas fantasmas que agem na região.
As equipes formadas por fiscais do Ibama, policiais federais e da Força Nacional de Fiscais do Ibama inspecionaram, até agora, cerca de 40 estabelecimentos, entre madeireiras, carvoarias e propriedades de pessoas físicas. Desses, 39 foram multados e 23 embargados por problemas na documentação ou por não comprovarem a origem de estoques de madeira e carvão vegetal. Foram apreendidos, até agora 16,4 mil m³ de madeira (15,2 mil m³ em tora e 1,2 mil m³ serrada) estocadas por empresas que não comprovaram a origem legal do produto. Foram lavrados 76 Autos de Infração, num total de mais de R$ 9 milhões. Além da madeira ilegal, apreenderam também mais de mil metros de carvão produzido sem licença ambiental e 23 motosserras.
Segundo o coordenador da frente que fiscaliza fornos clandestinos, Analista ambiental Norberto Neves, já foram destruídos quase mil fornos sem licenciamento ambiental na cidade e na zona rural. “Isso representa poupar 60 mil árvores pequenas por mês”, calcula Neves. A grande maioria dos fornos irregulares foi derrubada pelos fiscais e policiais. Em alguns lugares, muitos fazendeiros e arrendatários preferiram desmanchá-los, para não serem multados. A multa por cada forno irregular varia de R$ 500 a R$ 10 milhões.
A Arco de Fogo também fiscaliza polígonos de desmatamento. Sobrevôos do Ibama e PF identificaram 15 pontos no município de Tailândia e Moju. As aeronaves deslocam os fiscais e policiais até as áreas desmatadas para notificar proprietários. A partir daí, começa o trabalho de investigação dos culpados pela devastação.
A Operação Arco de Fogo, uma ação resultante da parceria do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Polícia Federal (PF), Força Nacional de Segurança. O Governo do estado do Pará tem participação decisiva na ação por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Além dos 13 mil m3 de madeira ilegal apreendidos na Operação do Ibama Guardiões da Amazônia, a Sema já retirou de Tailândia uma grande parte dos 16, 4 mil m3 apreendidos pela Arco de Fogo. E todo o maquinário também. A madeira e as máquinas serão leiloados após o trânsito em julgado dos processos. Segundo Bruno Versiani, a Arco de Fogo “não tem prazo determinado para acabar”. (Ibama)