“Se isso não for feito, não vamos produzir milho, soja, algodão. O preço dos alimentos, que já está alto, vai subir ainda mais”, ameaçou o governador.
De acordo com Maggi, levantamento feito pela Secretaria de Meio Ambiente do seu Estado mostrou que, dos 662 pontos de desmatamento apontados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em Mato Grosso, apenas 10,12% seriam de novas áreas desmatadas. As restantes seriam áreas em regeneração de florestas ou queimadas que não deveriam entrar na conta. Aceita a revisão, os 19 municípios do Estado que entraram na lista dos 36 que mais desmataram no País ficariam de fora.
“São apenas 67 propriedades. Eu disse ao presidente que, mantida a suspensão do financiamento, isso estrangula a economia do nosso Estado”, afirmou. Segundo o governador, Mato Grosso está enfrentando dificuldades para cumprir a meta de conceder o licenciamento ambiental para as propriedades de todos os 67 municípios que ficam no bioma Amazônia até o início de maio, o que impediria a concessão de financiamento agrícola. “Realmente, não temos condições de cumprir esse prazo. Um licenciamento ambiental leva cerca de seis meses.”
Os 19 municípios do Estado que mais desmataram tiveram a suspensão total da concessão de financiamento até que estejam com as terras recadastradas pelo Incra e o licenciamento ambiental concedido. Nas demais 67 cidades mato-grossenses que pertencem à Amazônia, os produtores podem entrar com pedido de licenciamento e obtê-lo apenas com o protocolo.
Maggi admite que o recadastramento de terras em seu Estado está “muito baixo”. “Não sei se é falta de estrutura do Incra no Estado ou é má vontade dos produtores”, avaliou. (Fonte: Estadão Online)