Um estudo da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) mostra que a qualidade do ar nas áreas verdes da capital paulista está entre as piores do estado. O Parque do Ibirapuera, na Zona Sul, e a Cidade Universitária, na Zona Oeste, estão entre os lugares que têm o ozônio mais concentrado.
A Cetesb analisou a qualidade do ar em 80 pontos do estado entre 2005 e 2007. O ar foi coletado em estações de monitoramento. Quatorze apresentaram níveis severos de poluição. Nas áreas com muitas árvores, a concentração de ozônio ficou maior do que nas ruas e avenidas cheias de carros. Esse gás é bom quando está a 25 km de altitude, pois protege a Terra dos raios ultravioleta. Mas o ozônio é ruim quando se concentra próximo do solo, onde respiramos.
Em locais onde o tráfego é intenso, o ozônio reage com as substâncias emitidas pelos veículos e desaparece. Em lugares como parques, com poucos carros, o ozônio não tem com o que se misturar. Ele fica concentrado no ar enquanto houver luz do sol.
“O ozônio não é um poluente dos corredores de tráfego, é um poluente da periferia da cidade, dos parques, das regiões onde o vento sopra”, explica Paulo Saldiva, pesquisador do Laboratório de Poluição da Universidade de São Paulo (USP).
O professor Luiz Carlos Fabre corre pelas ruas arborizadas da Cidade Universitária há 40 anos. Para ele, a poluição passa longe daqui. “Olha, eu vejo isso no jornal e não acredito. Sinceramente, eu não acredito. Imagino… Se aqui é tão poluído, os outros lugares como vão ser?”, questiona.
A empresária Ivanilda Diamantino conhece bem os sintomas. ”Eu sinto na garganta, a garganta seca e parece que você sente o gosto da fumaça”, descreve. Para evitar os problemas de saúde, os especialistas indicam que as pessoas se exercitem de manhã ou no final da tarde – e evitem atividades físicas entre 10h e 16h. (Fonte: G1)