As evidências genéticas reforçam as teorias do modelo fóssil de que os neandertais formavam uma espécie distinta, que tinham uma população relativamente pequena e provavelmente não se misturaram com o Homo sapiens, apesar de terem convivido com seres humanos modernos por milhares de anos, principalmente na Europa.
O DNA seqüenciado não foi o do genoma nuclear, contido no núcleo das células, mas o do genoma mitocondrial, de dentro das mitocôndrias, as organelas produtoras de energia celular.
O material foi colhido de um fragmento ósseo de 5 centímetros, descoberto em 1980 na caverna de Vindija, na Croácia. Os pesquisadores não sabem de que parte do esqueleto ele veio (talvez um fêmur), mas sabem que o neandertal que o possuía morreu 38 mil anos atrás, “pouco” antes da espécie desaparecer por completo.
O osso foi perfurado com uma broca e o pó (0,3 grama), usado como fonte de material genético. Várias amostras de DNA neandertalense já foram seqüenciadas no passado, mas nunca na forma de um genoma inteiro. “Finalmente, temos uma seqüência completa”, afirma Ed Green, do Instituto Max-Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha.
O genoma mitocondrial é só uma amostra do DNA de um organismo, mas traz informações importantes – e práticas – sobre a evolução. Foi com base nele que cientistas desenvolveram o conceito da “Eva mitocondrial”, segundo o qual todos os seres humanos descendem de uma mãe que viveu na África, 150 mil anos atrás. (Fonte: Estadão Online)