A cidade de Brasília vai registrar taxas elevadas de expansão e deve se tornar, no prazo de 15 anos, a terceira maior cidade do país em termos demográficos. A projeção é feita pelo coordenador de População e Indicadores Sociais do IBGE, Luiz Antônio Pinto de Oliveira, que avaliou também que a população de metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro pode diminuir em até 20 anos, pois já exibem taxas de fecundidade baixas e população mais idosa. “Brasília vai continuar crescendo, tem espaço para se expandir e vai chegar daqui a 10, 15 anos a ser terceira cidade do país em termos demográficos”, afirmou Oliveira.
De maneira mais abragente, Oliveira projeta que a população brasileira deixará de crescer ao final dos próximos 30 anos, quando o país deverá ter em torno de 220 milhões de pessoas. De acordo com ele, isso deve acontecer porque a taxa atual de crescimento da população está em torno de 1,2% e 1,3%, mas a taxa de fecundidade tem recuado expressivamente. “Ao final de 30 anos, a população deixará de crescer. Essa é uma expectativa que o IBGE tem para os próximos anos. A taxa de crescimento vai ficar cada vez menor, aproximando-se de um índice de estabilidade parecido com a dos anos 40 ”, avalia.
O diretor explica que quando o país alcançar 220 milhões de habitantes, a taxa de filhos por mulher vai estar por volta de 1,5, sendo que atualmente essa relação é de dois filhos por mulher. “A experiência internacional é que é muito difícil haver um crescimento após isso. Acomoda os valores culturais, econômicos e a população pára efetivamente de crescer. Mas no Brasil isso vai demorar mais de 30 anos”, complementou.
Mais populosos
Segundo o documento de divulgação do IBGE, nos últimos sete anos, o Brasil ganhou mais 14 milhões de habitantes, o que corresponde a um estado do tamanho da Bahia. Na contagem, foram visitados 30 milhões de domicílios. O Tribunal de Contas da União vai utilizar o levantamento para o cálculo das quotas referentes ao Fundo de Participação dos Municípios.
Entre as grandes regiões, segundo o IBGE, todas apresentaram expansão populacional em relação ao Censo 2000, mas não houve alterações no ranking dos mais populosos: o Sudeste ainda lidera, com 77,8 milhões, seguido pelo Nordeste (58,5 milhões); Sul (26,7 milhões), Norte (14,5 milhões); e Centro-Oeste (13,2 milhões). Há sete anos, mantida a ordem de regiões acima, os números eram, respectivamente: 72,4 milhões (Sudeste); 47,7 milhões (Nordeste); 25 milhões (Sul); 12,9 milhões (Norte); e 11,6 milhões (Centro-Oeste).
Já nos estados, o mais populoso continua a ser São Paulo, com 39,8 milhões de habitantes, seguido por Minas Gerais (19,2 milhões) e Rio de Janeiro (15,4 milhões). O menos populoso é Roraima (395,7 mil habitantes). Palmas, no Tocantins, ainda é a capital menos populosa, com 178,3 mil habitantes.
(Fonte: Correio Braziliense)