Sorte, e não a evolução, explica o longo reinado dos dinossauros

O domínio dos dinossauros na Terra durante mais de 160 milhões de anos antes do seu desaparecimento não se deveu a sua suposta “superioridade” fisiológica, mas sobretudo à sorte, de acordo com estudos divulgados nesta quinta-feira (11) nos Estados Unidos.

“Durante muito tempo, acreditava-se que havia algo de especial nos dinossauros que os teria ajudado a se impor durante seus 30 primeiros milhões de anos de existência, mas isso é falso”, afirma Steve Brusatte, um pesquisador da Universidade de Columbia em Nova York, que é afiliado ao American Museum of Natural History, e co-autor desse estudo.

“Se fôssemos observadores durante esse período de sua história na era do Triásico, certamente não teríamos apostado nos dinossauros para ser a espécie dominante durante os 130 milhões de anos seguintes, mas sim nos crurotársios, seus concorrentes, que têm como descendentes os crocodilianos”, acrescenta.

No final do Triásico, os crurotársios e os dinossauros se assemelhavam muito e, provavelmente, estiveram em disputa para consumir os mesmos recursos.

Os pesquisadores, cujos trabalhos serão publicados na revista americana Science de 12 de setembro, estudaram as características da evolução dos dinossauros e dos crurotársios durante esses 30 primeiros milhões de anos, analisando cerca de 500 características de esqueletos, com base em fósseis, assim como os ritmos de evolução e as disparidades morfológicas.

Não encontraram diferença alguma nessas comparações entre os dinossauros e os crurotársios, o que foi uma surpresa, segundo esses paleontólogos.

Se os dinossauros tivessem sido “superiores” durante esse primeiro período de sua história, eles teriam, provavelmente, conhecido uma evolução mais rápida do que a dos crurotársios, ressaltam.

Em termos de disparidades morfológicas, os crurotársios eram até superiores, com uma diversidade maior de tamanhos, de tipos de corpos, de regimes alimentares e de modos de vida (aquático e terrestre).

Se os dinossauros e os crurotársios sobreviveram a uma primeira extinção em massa há 251 milhões de anos, aparentemente provocada pelo impacto de um meteorito, estes não sobreviveram a um segundo cataclismo destruidor ocorrido 51 milhões de anos mais tarde.

Uma elevação grande da temperatura, como provável conseqüência da queda de um meteorito, provocou estranhamente uma extinção súbita dos crurotársios, poupando os dinossauros, que se tornaram em seguida os donos da Terra até o seu desaparecimento há 65 milhões de anos. (Fonte: Yahoo!)