O Grande Acelerador de Partículas (LHC, na sigla em inglês), foi posto em marcha no dia 10 de setembro passado perto de Genebra, com o objetivo de revelar os segredos da matéria e da origem do universo, mas teve que ser parcialmente desligado.
Segundo a CERN, o problema surgiu depois de um importante escapamento de hélio ocorrido no túnel e as primeiras investigações indicaram que pode ter sido causada por um problema de conexão elétrica em seus ímãs gigantes.
Para ser reparado, o acelerador deve ser posto para funcionar lentamente a temperatura ambiente, um processo que dura várias semanas. Uma vez o reparo efetuado, terá que ser esfriado novamente, o que exige também várias semanas. Portanto, o acelerador só poderá estar funcionando plenamente em abril próximo, segundo o diretor-geral da CERN, Robert Aymar.
O Grande Acelerador de Partículas (LHC, sigla em inglês), construído pelo Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) representa uma avalanche de cifras impensáveis.
O acelerador propulsionará prótons de hidrogênio a 99,9999% da velocidade da luz em um túnel de 27 km de diâmetro oculto sob a fronteira franco-suíça.
À toda velocidade, gerará quase um bilhão de colisões de prótons por segundo. Na superfície, 3.000 computadores analisarão umas cem colisões por segundo. Os dados serão comunicados instantaneamente aos centros de pesquisa associados ao projeto no mundo inteiro graças a uma rede informatizada de informações.
O túnel é o maior frigorífico do mundo, com ímãs supercondutores esfriados a -271 graus, uma temperatura proxima ao zero absoluto (-273).
Os quatro aceleradores distribuídos ao longo do túnel são gigantescos. O maior, batizado de Atlas, é um cilindro de 25 metros de diâmetro por 46 metros de largura. Pesa 7.000 toneladas, quase tanto quanto a Torre Eiffel, e tem 3.000 km de cabos. Para perfurar a cavidade em que se encontra, foi preciso extrair 300.000 toneladas de pedras, e depois verter 50.000 toneladas de concreto.
Em 10 horas de funcionamento, o feixe de prótons atravessará no túnel o equivalente a 10 bilhões de quilômetros, ou seja, a distância de ida e volta entre a Terra e Netuno. A uma intensidade máxima, cada feixe desprenderá a energia de um carro a 1.600 km/h. O LHC fundirá até 120 megavatts de corrente, o equivalente ao consumo na região de Genebra.
As colisões produzirão uma energia de 14 Tera elétron volts (TeV), ou seja, uma forte concentração energética em escala minúscula. Um TeV é a energia cinética de um mosquito voando.
O orçamento chega a 3,9 bilhões de euros. Dois terços desse dinheiro foram gastos nos equipamentos e o restante nos salários dos milhares de engenheiros e físicos contratados no mundo todo para este projeto. (Fonte: Yahoo!)