A sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO, na sigla em inglês) descobriu provas da existência de sílica (dióxido de silício) hidratada, também conhecida como opala.
Minerais hidratados, ou que contêm água, são sinais de quando e onde existia água no planeta. Esta nova descoberta sugere que água em estado líquido permaneceu na superfície do planeta 1 bilhão de anos mais tarde do que os cientistas pensavam.
Os minerais foram descobertos com o Espectrômetro Compacto de Reconhecimento de Imagens (CRISM, na sigla em inglês), um instrumento levado pela sonda da Nasa à exploração de Marte.
O dispositivo “lê” mais de 500 cores refletidas na luz do Sol para detectar alguns minerais em particular na superfície de Marte, incluindo aqueles formados na presença de água.
“Esta é uma descoberta animadora, pois estende a escala de tempo para (a existência) de água em estado líquido em Marte e os locais onde pode ter existido vida”, disse Scott Murchie, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, Maryland, Estados Unidos.
“A identificação de sílica opalina nos diz que a água pode ter existido tão recentemente como há 2 bilhões de anos atrás”, acrescentou Murchie, que é o cientista-chefe da equipe do aparelho CRISM.
Dois grupos
Os detalhes das últimas descobertas da sonda da Nasa foram divulgados na revista acadêmica “Geology”.
Até o momento apenas dois grandes grupos de minerais hidratados, os filossilicatos e sulfatos hidratados, foram observados por sondas que orbitam Marte. O primeiro grupo, dos filossilicatos, foi formado em torno de 3,5 bilhões de anos atrás, e o segundo, dos sulfatos hidratados, há cerca de 3 bilhões de anos.
As “sílicas opalinas” são os minerais mais novos dos três tipos de minerais hidratados descobertos em Marte.
Eles foram formados em locais onde a água em estado líquido alterou materiais criados por atividade vulcânica ou pelo impacto de meteoritos na superfície de Marte. Um destes locais é um grande sistema de canyons do planeta vermelho.
“O importante é que quanto mais tempo a água em estado líquido existiu em Marte, maior é a janela durante a qual o planeta pode ter sustentado alguma forma de vida”, afirmou Ralph Milliken, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL, na sigla em inglês), em Pasadena, na Califórnia.
“Os depósitos de sílica opalina serão bons locais para explorar e avaliar o potencial de habitação em Marte, especialmente nestes terrenos mais novos”, acrescentou.
(Fonte: G1)