Braga foi preso em São Paulo e deverá ser transferido ainda hoje para Fortaleza. Segundo a assessoria do Ibama no Ceará, ele estava na capital paulista para receber um prêmio em nome do instituto.
Durante a operação, chamada Marambaia, a PF cumpriu 14 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão. Além de Braga, foram presos em Fortaleza o secretário Estadual do Meio Ambiente, Herbert Rocha, a secretária do Meio Ambiente de Fortaleza, Daniela Valente, e o chefe do Escritório do Ibama em Aracati (CE), cujo nome não foi divulgado.
Cerca de 80 policiais federais atuaram na operação. Segundo a PF, foram apreendidos documentos e computadores nas secretarias estadual e municipal, na sede do Ibama em Fortaleza e no escritório do instituto em Aracati.
A assessoria do Ibama confirmou que policiais realizaram as buscas mas adiantou que o instituto não vai se posicionar sobre a prisão do superintendente. O governo do Ceará informou por meio de sua assessoria que não vai se manifestar sobre o assunto enquanto não tiver acesso ao inquérito.
O procurador-geral de Fortaleza, Martonio Mont’Alverne, disse que também não teve acesso ao inquérito que resultou na prisão da secretária. Ele ressaltou que Valente desenvolve um bom trabalho na secretaria e que é respeitada profissionalmente.
Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela 11ª Vara Federal do Ceará, que também determinou o afastamento dos servidores investigados do Ibama enquanto durar a investigação.
Operação
A Operação Marambaia começou em maio de 2007, quando o Núcleo de Inteligência Policial da PF no Ceará identificou fraudes em fiscalizações ambientais nos municípios de Aracati, Fortim e Icapuí.
Segundo as investigações, foram concedidas licenças ambientais em desacordo com a legislação ambiental em troca de favores pessoais ou mesmo pelo recebimento de propinas. Alguns dos investigados foram identificados como sócios de empresas que prestavam consultorias aos beneficiados com o esquema.
A PF também investiga a possível prática dos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional e prevaricação, além de outros crimes ambientais que teriam sido cometidos em benefício de grupos empresariais.
(Fonte: Folha Online)