Com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os números apontam que o Amazonas, que apresentou uma área de 1.558 quilômetros quadrados desmatados em 2003, este ano apresentou 479 quilômetros quadrados desmatados, segundo imagens registradas por satélites. No ano passado, foram desmatados 610,64 quilômetros quadrados.
Além da redução do desmatamento, o Amazonas também apresentou este ano o menor índice de focos de calor dos últimos cinco anos. Foram detectados 1.081 focos de calor contra 1.138 no ano passado, diminuindo assim as queimadas associadas às atividades agropecuárias.
Para o superintendente do Ibama, o fato de o Amazonas ter diminuído o índice de desmatamentos progressivamente, apresentar uma tendência matemática de diminuição desses índices e ser o Estado amazônico menos desmatado pode ser explicado por dois fatores. O principal é a falta de acesso rodoviário às matas. “Quem desmata no Amazonas tem de desbravar mata virgem porque não há estradas”, destaca.
Outro motivo destacado por Pereira é a atuação conjunta dos governos estaduais e federal de fiscalização e autuação, a qual tem se mostrado eficiente, além da criação de Unidades de Conservação. Este ano foram arrecadados R$ 382,1 milhões em multas no Amazonas por desmatamento ou extração, transporte e comercialização ilegal de madeira.
Uma novidade que, para o superintendente, também deverá contribuir com uma mudança de atitude do empresário que faz o desmate ilegal foi a regulamentação da Lei de Crimes Ambientais, pelo decreto 6.514 de 2008. Pelo decreto, madeira, produtos derivados e gado encontrados em áreas desmatadas ilegalmente ficam em poder do Estado até que o dono pague a multa. Se não pagar, o material é leiloado. Há 981 bois apreendidos numa área desmatada no sul de Lábrea, município a 703 quilômetros de Manaus. (Fonte: Estadão Online)