Com células-tronco, futuro da Medicina está chegando, diz cientista

Cientistas brasileiros produziram, pela primeira vez, células-tronco idênticas às embrionárias, mas sem o uso de embriões, e entraram para um “grupo de elite” da comunidade científica internacional.

Cientistas japoneses já haviam conseguido resultado igual em 2007. Os pesquisadores brasileiros chegaram ao mesmo resultado menos de um ano depois.

Para o neurocientista brasileiro Steven Rehen, o futuro da medicina está chegando. Ele e o biomédico Martin Bonamino, do Instituto Nacional do Câncer, criaram um tipo de célula-tronco que abre portas para novos tratamentos.

“A médio e a longo prazo a gente pode estar gerando material de reposição para tratar doenças cardíacas, lesão de medula, doença de Parkinson, entre outras doenças que tenham exatamente a identidade do paciente”, disse Steven Rehen.

A pesquisa começa com a retirada de células de qualquer parte do corpo. No caso brasileiro, eram células renais. Nelas, foram introduzidos quatro genes diferentes e a célula começou a se modificar, como se ela fosse reprogramada. A exemplo de um computador que ganha novas funções.

As células adultas se renovaram e passaram a agir com as mesmas possibilidades de células-tronco de embriões. Capazes de se transformar em células de qualquer parte do corpo. As possibilidades abertas pela pesquisa são impressionantes.

“Uma célula que venha da pele do meu braço terá as mesmas características genéticas do meu corpo. Então, teria no laboratório um neurônio idêntico aos neurônios do meu cérebro sem necessariamente ter aberto o meu crânio para tirar um neurônio”, explicou Rehen.

Os remédios também poderão ser criados especificamente para cada indivíduo.

O sucesso da pesquisa coloca o Brasil no clube restrito dos países avançados no campo da pesquisa com células-tronco, junto com o Japão, Estados Unidos, China e Alemanha.

A nova técnica pode diminuir a necessidade da utilização de embriões humanos, que é motivo de polêmica. Mas não acaba com ela.

“Essas células vão estar trazendo outros tipos de debates éticos a ciência ela vai estra sempre gerando novas questões que a sociedade vai discutir debater para ver para onde ela vai caminhar”, avaliou o neurocientista brasileiro Steven Rehen. (Fonte: G1)