Homenagem a Chico Mendes lota tenda no Fórum Social Mundial

Uma homenagem ao líder ambientalista Chico Mendes levou centenas de pessoas para a tenda comemorativa dos 50 anos da revolução cubana nesta quarta-feira (28) no Fórum Social Mundial, em Belém. Os ex-ministros Nilmário Miranda (Direitos Humanos) e Marina Silva (Meio Ambiente) foram os destaques do debate, que contou com a presença de representantes da Índia e da Nigéria.

Em sua exposição, Marina destacou sua convivência com o líder acreano e destacou a importância de o evento acontecer na Amazônia. “É importante ter o Fórum aqui porque foi nesta região que lutaram pessoas como Chico Mendes e a irmã Dorothy Stang (assassinada no Pará)”.

A ex-ministra afirmou que a crise financeira mundial mostrou que nunca houve problema de falta de recursos para o meio ambiente. “Como não tem dinheiro para resolver a crise ambiental global, que é pior do que a crise financeira, e agora aparecem bilhões para salvar bancos. Falta de recursos não há”.

Para Miranda, que preside a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, o debate foi importante por ressaltar a importância da união na luta pelos direitos humanos e pelo meio ambiente.

“Chico Mendes é uma figura emblemática da luta da população da Amazônia. (…) Acho que no Fórum vão ficar definitivamente incorporadas as questões ambiental e de direitos humanos. A única possibilidade de termos uma vida em paz é com justiça social, respeito ao meio ambiente e direitos humanos”, afirmou o ex-ministro.

Tanto Miranda quanto Marina depositaram a esperança de que o presidente norte-americano Barack Obama seja um “companheiro” nestas lutas. Para o ex-ministro, as primeiras sinalizações de Obama já são nesta direção. Após o evento, militantes de movimentos sociais plantaram cinco seringueiras ao lado da tenda em homenagem a Chico Mendes formando o que eles chamaram de “Pentágono da Paz”.

Revolução Cubana – Miranda disse que a Fundação Perseu Abramo auxiliou os militantes cubanos na montagem da tenda dos 50 anos da Revolução, mas destacou que o apreço ao regime dos irmãos Fidel e Raul Castro não se estende a todas as áreas.

“Sempre dissemos, tanto no PT, quanto no governo Lula, que o modelo cubano não é o desejado na política do Brasil. Temos outro modelo, mas a experiência deles é inspiradora porque trouxe os representantes da luta popular para o poder e desenvolveu políticas públicas exemplares, como a universalização da saúde e da educação”, explicou Miranda. (Fonte: Eduardo Bresciani/ G1)