O próprio material divulgado pelo Pnuma revela contradições. Um dos textos, intitulado “Key Messages” (“mensagens-chave”) diz que “no período 2000-2005, o desflorestamento acumulado da Amazônia cobriu 857.666 quilômetros quadrados, o que significa que a cobertura vegetal da região foi reduzida em aproximadamente 17%”.
Já outra versão, o Resumo Executivo, diz que “no período 2000 a 2005, o desflorestamento anual cobriu 27.218 quilômetros quadrados”. Ao longo de seis anos, essa taxa anual representaria um desmatamento acumulado de 163.308 quilômetros quadrados, menos de um quinto do registrado nas mensagens-chave.
Já nota à imprensa divulgada pelo Pnuma no Panamá afirma que “o desflorestamento acumulado de 2000 a 2005 foi de mais de 857.000 quilômetros quadrados, e a cobertura vegetal da região se reduziu, historicamente, em cerca de 17%”.
No entanto, especialistas afirmam que essas taxas de mais de 800.000 quilômetros quadrados e de 17% correspondem a um mesmo dado – o da devastação registrada ao longo de toda a história em toda a região amazônica da América do Sul, e não exclusivamente entre 2000 e 2005.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (Inpe) o desmatamento acumulado entre 2000 e 2005 na Amazônia brasileira é da ordem de 130.000 quilômetros quadrados.
A informação de que a ONU alegava que no período de 2000 a 2005 a Amazônia teria perdido 17% da floresta ganhou destaque na mídia internacional, incluindo o jornal francês Le Monde, a rede britânica BBC e vários portais de notícias, incluindo o Portal Estadão. (Fonte: Estadão Online)