“Por meio dos níveis de ruído emitidos pelos suínos confinados em ambiente de produção intensiva foi obtido um novo indicativo de bem-estar como resposta a variação ambiental”, afirma.
O estudo levou em conta a variação da temperatura e umidade relativa no interior da instalação.
Na primeira parte do trabalho, cinco leitões foram submetidos a um experimento em câmara climática, expostos a temperaturas desde a condição inicial de conforto (20°C), até temperaturas superiores a de estresse térmico por calor (38°C).
“Os animais apresentaram sinais críticos de estresse térmico por calor a partir de 30°C, caracterizado por prostração e apatia dos animais e, conseqüentemente, menor emissão de ruídos”, conta a engenheira agrícola, pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Ambiência (Nupea) da Esalq.
A etapa seguinte aconteceu no galpão de uma granja comercial de suínos em Monte Mor (interior de São Paulo), com o acompanhamento dos animais durante o período de 21 a 53 dias de idade.
“Sensores de temperatura e umidade relativa armazenaram os dados das variáveis ambientais no interior da instalação enquanto três decibelímetros fizeram a captação do ruído animal. Constatou-se que o nível de ruído emitido pelos suínos apresentou-se mais elevado com o aumento da temperatura no interior do ambiente no qual os leitões estavam confinados”, diz Giselle.
Os níveis de ruído registrados no experimento de campo variaram entre 52 e 60 decibéis.
“Na faixa considerada de conforto para os suínos, de 20ºC a 22°C, o limite máximo foi de 55 decibéis. Na faixa de alerta, entre 24ºC e 30°C, o ruído chegou a 60 decibéis”, relata a pesquisadora.
Com os dados da pesquisa foi possível montar um banco de dados dos níveis sonoros dos suínos, o qual futuramente deverá subsidiar a produção de um software para aquisição e análise das informações fornecidas pelos próprios animais. Dessa forma, os produtores terão informações para atender às exigências das normas de bem-estar animal e vitar quedas na produtividade. (Fonte: JB Online)