Plano atual não levará Nasa a Marte, diz novo diretor

A Nasa não pode manter seu rumo atual, o que inclui tripular a Estação Espacial Internacional e levar astronautas à Lua novamente até 2020, e alcançar sua meta maior de levar pessoas a Marte, disse na terça-feira (21) o novo diretor da agência espacial dos EUA.

A Nasa espera concluir a construção da Estação Espacial de 100 bilhões de dólares e aposentar a sua frota de ônibus espaciais no ano que vem. Ela também desenvolve dois novos foguetes e uma nave estilo cápsula que poderá levar tripulantes à Lua e a outros destinos além da estação.

“Não podemos sobreviver no rumo em que estamos agora”, disse Charlie Bolden, general da reserva dos Marines e quatro vezes tripulante de ônibus espaciais, em discurso a funcionários da Nasa.

Bolden disse acreditar que o objetivo de longo prazo do programa espacial é enviar pessoas a Marte. “O desafio para nós nos próximos meses é entender qual é o caminho mais eficiente, com melhor relação custo-benefício para chegar lá.”

O novo administrador da Nasa foi nomeado em maio pelo presidente Barack Obama. Há cerca de cinco anos, o então presidente George W. Bush estabeleceu as metas de aposentar os ônibus espaciais até 2010, retomar o envio de humanos à Lua e em seguida rumar para Marte.

Em 2005, estimou-se que enviar astronautas à Lua custaria cerca de 110 bilhões de dólares, mas essa cifra já foi reduzida para cerca de 40 bilhões. A Nasa gasta aproximadamente metade do seu orçamento anual de 18 bilhões de dólares com viagens tripuladas.

Uma comissão presidencial está avaliando as opções relativas ao programa espacial tripulado dos EUA, e deve apresentar seu relatório em agosto. Bolden disse aos funcionários que “não há nada a temer” com o relatório.

Paralelamente, uma segunda revisão, que abrange todas as áreas do programa espacial – militar, comercial, civil e científico – é realizada pelo consultor de segurança nacional, James Jones, segundo Bolden.

“Precisa haver uma política coerente, e por isso o presidente Obama pediu ao general Jones que monte um grupo que examine a política nacional espacial”, disse Bolden.

“Isso já está em andamento de forma limitada, mas esperamos participar nisso como membro integral”, acrescentou. (Fonte: Estadão Online)