Epidemia de gripe A dá indício de queda, diz ministério

Desde a semana passada, os serviços de saúde para pessoas com sintomas gripais vêm registrando um número menor de atendimentos do que na segunda quinzena de julho. Em nota divulgada na terça-feira (18), o Ministério da Saúde aponta a “diminuição no número absoluto de casos graves pelo novo vírus” na semana entre 9 e 15 de agosto. O texto ressalva que a “observação pode não refletir a realidade”, pois nem todos os municípios e Estados atualizaram a base de dados do ministério. Mesmo assim, a tendência é considerada “um indicativo preliminar” de que a Influenza A (H1N1), a chamada gripe suína, “pode estar recuando”.

Muitos hospitais paulistanos registraram uma diminuição na procura por atendimento de pacientes com sintomas de gripe. O Hospital Israelita Albert Einstein atendia, no início do mês, cerca de cem pacientes por dia com síndrome gripal. Na última semana, a média caiu para 60. No Hospital Sírio-Libanês, a queda estimada foi de 30%. No Rio Grande do Sul, técnicos da secretaria estadual afirmam que houve uma redução de 26,7% nas notificações de casos suspeitos na primeira semana de agosto em relação à última de julho.

O movimento nos centros estaduais de referência para atendimento da gripe no Rio de Janeiro caiu 30% em relação às duas primeiras semanas de julho. No entanto, a Secretaria Estadual de Saúde alerta que ainda não é possível avaliar se a epidemia está regredindo. Segundo técnicos, a queda na procura por atendimento pode estar relacionada à elevação da temperatura na última semana.

De acordo com David Uip, diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, a fase aguda da epidemia ocorre depois de três a quatro semanas após o registro dos primeiros casos. “O plano de contenção do Ministério da Saúde adiou a fase aguda para 80 dias depois dessas notificações iniciais.” Segundo ele, isso contribuiu para que o índice de letalidade da nova gripe seja menor no Brasil do que em outros países. “Estamos mais próximos do fim do inverno e da chegada da vacina”, explica, acrescentando que a pandemia deve ter duração de três a quatro meses. (Fonte: Estadão Online)