A descoberta também aponta para uma possível nova fonte dos tumores da próstata – as chamadas células luminais, que secretam vários compostos usados pela próstata. “O papel das células-tronco no desenvolvimento do câncer de próstata tem sido um foco de especulação há muitos anos”, disse em nota Helen Rippon, da entidade britânica Prostate Cancer Charity.
“O importante é que esta nova célula-tronco não depende de andrógenos – os hormônios sexuais masculinos que controlam o crescimento da próstata – para sobreviver e crescer. Isso pode dar uma pista sobre por que o câncer de próstata frequentemente se torna resistente a tratamentos destinados a regular esses andrógenos nos estágios avançados da doença”, acrescentou Helen, que não participou da pesquisa. “Este conhecimento aprimorado também será um passo adiante para aprendermos como ajudar a evitar que a doença se desenvolva nos homens.”
Michael Shen, do Centro Médico da Universidade Columbia, e seus colegas batizaram as novas células-tronco como CARNs, sigla relativa a “células de expressão Nkx3.1 resistentes à castração”.
Elas normalmente regeneram parte do tecido que reveste o interior da glândula, responsável pela produção de sêmen. Mas as células podem também formar tumores se certos genes destinados a impedir o crescimento descontrolado são “desligados”.
Shen disse que os pesquisadores acreditavam que os tumores resultavam de uma camada diferente de células na próstata, as chamadas células basais.
“Pesquisas anteriores indicaram que o câncer de próstata se origina das células-tronco basais, e que durante a formação do câncer essas células se tornam células luminais,” disse Shen em um comunicado. “Em vez disso, as CARNs podem representar uma origem luminal para o câncer de próstata.”
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens de todo o mundo, depois do de pulmão. A doença mata 254 mil homens por ano no mundo. (Fonte: G1)