O desmatamento no bioma já atingiu 48,2% da cobertura original – quase um milhão de quilômetros quadrados. A média é de 1% de vegetação nativa a menos por ano.
Apesar da maioria matogrossense, quatro municípios baianos lideram a lista: Formosa de Rio Preto, São Desidério, Jaborandi e Correntina, na região oeste do estado. “É um dos arcos do desmatamento no Cerrado”, apontou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. A região central de Mato Grosso também é considerada crítica, com base nos dados de 2002 e 2008.
Em todo o bioma, a expansão das lavouras de cana-de-açúcar, da soja, da pecuária, da produção de carvão e as queimadas (naturais ou provocadas) são os principais vetores de desmatamento.
Os municípios listados pelo ministério serão alvo de ações prioritárias do governo, como já acontece nas cidades que mais desmataram na Amazônia Legal. Entre as medidas, que integram o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento do Cerrado (PPCerrado), lançado na quinta-feira (10), estão a previsão de aumento das operações de fiscalização e controle e a oferta de alternativas econômicas para as pessoas que se beneficiam do desmate ilegal.
“O peso das medidas econômicas vai ser muito maior (que o da repressão). O ‘direito de derrubar’ é muito maior que na Amazônia (onde a reserva legal é menor)”, comentou Minc.
Além de frear o desmate, o governo quer aumentar o percentual de áreas de preservação no Cerrado. Atualmente, a soma de unidades de conservação federais e estaduais corresponde a 7,5% da área total do bioma. A meta, assumida inclusive internacionalmente no âmbito da Convenção da Diversidade Biológica, é chegar a 10%. (Fonte: Luana Lourenço/ Agência Brasil)