A retirada produz grande impacto ambiental nas várzeas dos rios. Para instalar a mineração, a área é desmatada. A compactação do solo nos locais onde se deposita a areia extraída e onde as máquinas circulam dificulta a regeneração da vegetação quando a atividade no local é encerrada. Também pode ocorrer contaminação do solo e da água por combustíveis e óleo lubrificante usados nas máquinas e caminhões.
As áreas onde a exploração da areia é permitida foram definidas há dez anos pelo Estado no zoneamento minerário (espécie de Plano Diretor), mas as empresas não têm respeitado os limites. Levantamento recente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) concluiu que 40 das 81 cavas de areia em funcionamento no Vale do Paraíba avançam sobre locais que não poderiam ter extração. O maior descontrole ocorre em Tremembé e Caçapava – no primeiro município há 11 cavas irregulares e no segundo, 9.
Segundo o Inpe, o número total de buracos, contando os desativados, passou de 257, em 2004, para 281, em 2008. O número de cavas não é igual ao de empresas – um proprietário pode ter mais de uma cava.
Estudo da Universidade do Vale do Paraíba (Univap) também aponta que a região é responsável por mais de 50% da produção de areia que abastece a Grande São Paulo. Misturada ao cimento, ela é usada para erguer moradias. Números do setor imobiliário dão uma ideia do crescimento da demanda pelo material. O consumo de cimento no Estado subiu de 9,1 mil toneladas, em 2004, para 13,4 mil toneladas, em 2008, de acordo com o sindicato da construção. (Fonte: Estadão Online)