“Hoje um número relativamente pequeno de pessoas se guiaria exclusivamente por esse critério da poluição ou da emissão (para comprar um carro) mas eu acredito que esse número vai ser crescente”, afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Haverá dois indicadores para consulta de emissões de veículos. De acordo com Minc, a Nota Verde vai mostrar o quanto o carro emite de gases poluentes (monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio) – que interferem na saúde das pessoas. Já o Indicador de Gás Carbônico, chamado por Minc de Nota Vermelha, vai mostrar a emissão de gás carbônico por quilômetro rodado pelo carro. “Isso tem a ver com as mudanças climáticas e com o aquecimento global do planeta”, disse o ministro.
A Nota Verde varia de zero a dez. Quanto maior a nota de um carro, menor o seu índice de emissão.
Dos 258 registros de veículos (carros flex foram contados duas vezes), oito tiveram nota maior ou igual a nove. Apenas um carro teve nota menor que cinco (4,8). A nota mais alta foi 9,4. Os dados das emissões foram medidos em testes de produção e comparados aos valores máximos permitidos em legislação específica do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve).
Já o Indicador de Gás Carbônico mostra a emissão do gás por quilômetro rodado pelo carro. A escala vai de cinco a dez. Aquele que emitir menos gás carbônico receberá nota dez. Os carros a álcool não participam dessa nota, pois os Guias do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas de 2006 para inventários nacionais de gases de efeito estufa consideram que este combustível brasileiro produz emissão zero de gás carbônico – o gás emitido corresponderia ao que é absorvido no ciclo da cana-de-açúcar.
Os dados das emissões foram obtidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) durante o licenciamento dos veículos. De acordo com Minc, os fabricantes reclamaram da apresentação de dados de 2008. “A única questão que a indústria levanta é [que faltou] o valor de 2009, mas como esses dados já tinham sido prometidos, de alguma maneira, desde o salão do automóvel de outubro de 2008, nós resolvemos avançar (e publicar os números)”, afirmou.
Outra questão levantada pela indústria foi a diferença entre a emissão de poluentes dos carros que estão em teste, saindo da fábrica e os de mesmo modelo, que já estão nas ruas. Segundo Minc, assim que o ministério tiver os dados, vai usá-los, mas a diferença nos resultados “é de menos de 1%, não interfere”.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostrou-se favorável aos indicadores. De acordo com o presidente da Comissão de Energia e Meio Ambiente da associação, Henry Joseph Junior, os consumidores vão guiar suas compras pelos índices aos poucos. “Isso vai permitir que o consumidor passe a valorizar essa faceta [baixa emissão de poluentes] dos produtos.”
Pela internet é possível conferir as notas dos veículos modelo 2008. O ministro afirmou que, em cerca de dois meses, haverá os dados de 2009. Os veículos foram analisados segundo a exigência de emissões que vigorava em 2008. (Fonte: Radiobrás)