O ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) assinou na segunda-feira (28) em Genebra um protocolo para que o país faça parte da discussão sobre os termos da colaboração com o laboratório que abriga o superacelerador de partículas LHC (Grande Colisor de Hádrons) – que deve se tornar mais convidativa.
“Quando o Cern foi ganhando dimensão, eles criaram uma figura de país associado ou correspondente. Só que nenhum país ainda é associado, porque eles colocaram muitas limitações, impuseram valores de contribuição muito altos”, disse Rezende à Folha. “Hoje o Cern não tem nenhum membro de fora da Europa.”
A ideia agora, afirma o ministro, é que as formas de colaboração de eventuais associados sejam rediscutidas com a participação dos países em que o Cern tem maior interesse – de acordo com Rezende, Brasil, EUA, Canadá, Índia e China.
Com 71 cientistas hoje no Cern, o Brasil é o terceiro país não-participante com maior intercâmbio com o centro em Genebra (o primeiro é os EUA).
“O Brasil não vai pensar em um grande acelerador de partículas nos próximos tempos. O que temos de fazer é nos associarmos a grandes experimentos internacionais”, defende o ministro.
Segundo ele, a redefinição das contribuições deve incluir não apenas valores em dinheiro, mas também em material. “Nós, por exemplo, podemos participar pela Nuclep (a estatal Nuclebrás Equipamentos Pesados), que produz grandes peças de aço que podem ser usadas no acelerador.”
Rezende disse ainda estar consolidando a Rede Nacional de Física de Altas Energias (Renafae), a qual deve receber um financiamento de R$ 8 milhões em três anos a fim de investir sobretudo no intercâmbio de cientistas brasileiros.
Hoje, o ministro deve assinar em Berna um acordo de cooperação científica com o governo suíço nas áreas de neurologia, energia e ambiente. (Fonte: Luciana Coelho/ Folha Online)