Cinco meses depois de iniciadas as obras de recuperação e revitalização do Canal do Fundão, zona norte do Rio, as melhorias ainda não são visíveis nessa área completamente assoreada da Baía de Guanabara.
Há décadas, o mau cheiro e a degradação do lugar são a porta de entrada da cidade para quem chega do Aeroporto Internacional Tom Jobim e motivo de apreensão e desconforto para os moradores da região.
No entanto, o processo de desassoreamento é lento, como explicou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que esteve com o governador Sérgio Cabral vistoriando as obras na manhã de hoje (19). Segundo ele, a dragagem é uma das intervenções para que a revitalização da Baía de Guanabara seja efetivamente concluída.
“A obra está prevista para ser concluída em um ano e meio. Mas além dessa dragagem, que será a redenção do Rio, precisamos também transferir todo o esgoto da Ilha do Fundão e da Favela da Maré para a Estação de Tratamento de Alegria, revitalizar a circulação das águas da Baía, melhorar as condições dos moradores na favela da Maré, com ecobarreiras, catadores, plantio de mudas, por exemplo”, disse Minc.
Ele lembrou que a dragagem e recuperação das bacias dos rios Iguaçu, Sarapuí e Botas, na Baixada Fluminense e a construção da estação de esgoto de São Gonçalo também vão contribuir para a revitalização da Baía de Guanabara.
De acordo com a secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, a dragagem também reduzirá as enchentes causadas pela elevação do nível do Rio Faria Timbó, beneficiando principalmente os moradores da favela da Maré. “Alguns ambientalistas foram contra esta obra, porque achavam que os metais pesados seriam levantados para a superfície, que ia piorar o mau cheiro. Mas nós temos tecnologia para isso e este projeto inovador é um exemplo de que é possível reverter grandes passivos ambientais sem trazer transtornos ambientais para a população, durante a execução das obras.”
O projeto financiado pela Petrobras custará cerca de R$ 194 milhões e deve dragar cerca de 2 milhões de metros cúbicos de sedimento numa extensão de mais de 7 quilômetros do Canal do Fundão, facilitando a circulação de água, hoje aterrada com pelo menos quatro metros de lodo.
Os trechos contaminados com metais pesados passarão por um processo de separação de areia. Após esse procedimento, os sedimentos restantes serão dispostos em cápsulas de geotextil. A água, completamente limpa, retornará para a Baía de Guanabara. O lixo vai ser levado para o aterro sanitário de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
(Fonte: Agência Brasil)