Os nanossatélites são satélites artificiais minúsculos, alguns do tamanho de uma caixa de sapatos, capazes de realizar missões científicas de pequeno porte. Eles podem ser construídos em pouco tempo e a um custo muito mais baixo do que as grandes sondas espaciais. Um único pequeno foguete pode lançar vários nanossatélites simultaneamente.
Nanomotor elétrico – O novo propulsor é um motor elétrico, semelhante aos motores iônicos. Mas, em vez de disparar íons para dar impulso à espaçonave, o novo motor dispara nanopartículas.
“As partículas usadas nesta tecnologia têm inicialmente entre 10 e 50 nanômetros de diâmetro, e nós as aglomeramos até atingirem entre 1 e 10 micrômetros porque nessas dimensões nós podemos enxergá-las e usá-las nestas pesquisas de propulsão avançada,” explica o Dr. Alec Gallimore, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, que está desenvolvendo o motor, batizado de NanoFET.
O motor gera o empuxo necessário para mover o nanossatélite quando campos elétricos carregam as nanopartículas, expulsando-as pelo sistema de escape.
Naves mais velozes – Os primeiros resultados mostram que o nanomotor permitirá que os nanossatélites tenham maior empuxo, podendo viajar a velocidades mais altas e utilizando menos propelentes do que os motores atuais.
O ganho de velocidade chega à marca dos milhares de quilômetros por hora, o que está levando os pesquisadores a acreditarem que o motor elétrico com nanopartículas poderá ser útil também em espaçonaves maiores.
Desafios a vencer – Os pesquisadores já sintetizaram nanopartículas com excelente rendimento, mas o trabalho prossegue no aprimoramento desse material. O maior desafio, contudo, está na fabricação das nanopartículas de forma que elas acomodem-se nos exíguos espaços do nanomotor.
“É um desafio fazer com que todos os materiais se acomodem em um satélite que não é muito maior do que uma bola de beisebol,” diz o Dr. Gallimore. Por enquanto, as partículas funcionam bem para impulsionar o motor, mas passá-las do “tanque” para a câmara de onde elas são disparadas para o exterior ainda é um problema.
“Nós esperamos resolver isto nos próximos três ou quatro anos,” prevê o pesquisador.
Segredos – Enquanto isso, os pesquisadores vão testar o novo conceito de propulsão elétrica com nanopartículas em câmaras de vácuo e em microaviões, em condições que reproduzam as condições de gravidade limitada.
Segundo Gallimore, estes testes previstos estão levando em conta a possibilidade de uso do motor em aplicações não-espaciais. Contudo, ele recusou-se a dar maiores informações sobre essas possibilidades. (Fonte: Site Inovação Tecnológica)