Segundo o diretor de Produtos do Sipam e coordenador do Projeto, Wougran Soares Galvão, até o final de 2009 o Exército deve concluir a coleta de imagens de radar de 600 mil quilômetros quadrados da cartografia terrestre, o que corresponde a 55% do total de florestas densas existentes com vazio cartográfico na escala 1:100.000. Isso equivale a uma área três vezes maior que a do Paraná, em uma região de floresta densa, de acesso e transporte muito difíceis.
Depois de concluída a coleta das imagens nas regiões de floresta fechada, Galvão acredita que o trabalho seja um pouco menos difícil, pois algumas áreas possuem estradas ou vias de acesso com menor quantidade de obstáculos naturais. O diretor do Sipam explica que, depois de processadas, as imagens servirão para elaborar cartas topográficas com informações sobre a altimetria da região (padrão do relevo, depressões, morros), além de identificar rios e dados preliminares do terreno. Nas próximas semanas, o Sipam e a CPRM divulgarão algumas cartas aerogeofísicas e geológicas, com informações sobre potencial de exploração mineral, solos, rochas e estrutura de algumas áreas já cartografadas. Até a conclusão do Projeto, vários produtos cartográficos intermediários serão divulgados para subsidiar pesquisadores ou mesmo auxiliar na gestão pública.
Lançado em 2008, o Projeto deve concluir em cinco anos as cartografias terrestre, geológica e náutica da Região Amazônica. Neste período, o Governo Federal investirá R$ 350 milhões. O principal objetivo é acabar com os vazios cartográficos na Região (na escala 1:100.000) e contribuir para o desenvolvimento e proteção da Amazônia. As cartografias auxiliarão no planejamento e execução dos projetos de infra-estrutura como rodovias, ferrovias, gasodutos e hidrelétricas, além da demarcação de áreas de assentamentos, áreas de mineração, agronegócio, elaboração de zoneamento ecológico, econômico e ordenamento territorial, segurança territorial, escoamento da produção e desenvolvimento regional.
As informações ainda ajudarão no conhecimento da Amazônia brasileira e na geração de informações estratégicas para monitoramento de segurança e defesa nacional, em especial nas fronteiras. O Sipam coordena o Projeto e os parceiros são o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o Exército, a Marinha, a Aeronáutica e o Ministério de Minas e Energia, através da CPRM. (Fonte: Folha de Boa Vista/ RR)