Na tarde desta quarta-feira (2), os níveis do Rio Negro em Manaus atingiram 15,89 metros e já estão próximos do nível mais baixo já registrado, de 13,64 m, em 1963.
“O leito do Rio Negro tem muitas rochas. Quando as águas descem muito, as rochas afloram, impedindo a passagem de embarcações maiores. Barcos de recreio, que levam mantimentos, ficam impedidos navegar”, informa o superintendente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) no Amazonas, Marco Antônio Oliveira.
O fotógrafo Rodrigo Baleia, de Manaus, tem acompanhado a dificuldade da população de Manaquiri, cidade vizinha a Manaus. Ele registrou a morte de toneladas de peixes nos rios da região. “Eu sentia o cheiro de podre do avião”, relata.
“A população não consegue mais chegar de barco. Os pescadores contaram que, para voltar a pescar e ter a mesma quantidade de peixe que tinham, vai demorar mais uns três anos”, conta o fotógrafo.
Poucas chuvas – Segundo Dallarosa, a tendência é que a seca continue nos próximos meses. “A expectativa para o futuro é de permanência do El Ninho e essa condição deve persistir. Vamos ter um volume maior de chuva, mas ainda aquém do esperado”, explica.
As características da seca atual são diferentes da catástrofe que ocorreu em 2005 na Amazônia, quando muitas comunidades ficaram isoladas porque os rios secaram. De acordo com o meteorologista, agora o fenômeno é mais isolado. “Os rios da margem direita do Solimões e Amazonas têm recebido chuva mais ou menos dentro do normal”, afirma. (Fonte: Globo Amazônia)