A documentação está sendo usada para que as autoridades brasileiras avaliem os impactos do terremoto e tracem as estratégias de segurança e de ajuda humanitária necessárias ao país.
Segundo o pesquisador da Embrapa Monitoramento por Satélite Evaristo de Miranda, o órgão atua fornecendo imagens do Haiti para auxiliar a missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), chefiada pelo Brasil desde 2004.
“Depois do terremoto, o presidente Lula solicitou as imagens para saber qual era a situação real do Haiti. As imagens foram encaminhadas também para o Ministério da Defesa e para o gabinete de crise, instituído pelo governo para coordenar a ajuda ao país.”
As imagens foram apresentadas também ao embaixador do Haiti em Brasília, Idalbert Pierre-Jean, que encaminhou cópias dos documentos ao presidente do Haiti, René Préval.
Miranda explicou que as imagens foram feitas pelo satélite Geo-Eye-1 com definição de 50 centímetros, o que permite ver detalhes do que aconteceu nas áreas urbanas, terminais e portos, telecomunicações e em instalações e partes de infraestrutura do país. Todas as imagens vêm em pares, com o antes e o depois do terremoto.
“Dessa forma pode-se definir as melhores áreas para onde a ajuda deve ser enviada mais urgentemente e onde há áreas livres e adequadas para receber doações, distribuir ajuda e implantar campos de refugiados ou de assistência sanitária, além de locais para enterrar os mortos.”
A Embrapa Monitoramento por Satélite continuará enviando as imagens de outros locais para o governo. “A demanda existe todos os dias e com motivos reservados às autoridades do governo.”
Miranda disse que a Embrapa está bem equipada em termos de equipamentos. “Mas teremos recursos extras para adquirir mais satélites”, completou.
A Embrapa Monitoramento por Satélite já conta atualmente com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para atuar no projeto de Monitoramento Orbital das Obras do PAC e de seus impactos.
Miranda informou ainda que até o final desta semana parte das imagens estarão disponíveis no site da Embrapa para que organizações da sociedade civil e outros órgãos que estejam prestando ajuda ao país tenham acesso. (Fonte: Agência Brasil)