Instalada sob uma montanha de Longyearbyen, capital do arquipélago norueguês situado a quase 1.000 km do polo Norte, a reserva de sementes é destinada a proteger a biodiversidade vegetal ameaçada pelas mudanças climáticas, as guerras e as catástrofes naturais.
Na quinta-feira, a grande caixa forte recebeu em particular as sementes de um feijão silvestre da Costa Rica, que resiste a um fungo devastador, e as de um morango silvestre recolhido na margem de um vulcão das ilhas russas Sakhalin, após uma expedição de três dias em uma região cercada por ursos.
“Chegar ao meio milhão provoca emoções variadas porque, se isto mostra que o banco de sementes de Svalbard é agora a medida de referência da diversidade, o acontecimento ocorre também em um momento em que nossa agricultura está por um fio”, afirmou Cary Fowler, diretor do Fundo Mundial pela Diversidade dos Cultivos (GCDT).
“Se as espécies vegetais e a agricultura não se adaptarem às mudanças climáticas, a humanidade também não poderá fazê-lo”, acrescentou o diretor em um comunicado.
Segundo os especialistas, a diversidade é indispensável para desenvolver cultivos mais resistentes, que necessitem de menos água e adubo, aptos para se adaptarem ao aquecimento climático e mais nutritivos, quando se acredita que em 2050 o número de habitantes no mundo será de nove bilhões.
A reserva de sementes de Svalbard funciona como uma rede de segurança: conserva em condições ótimas, a -18ºC, o dobro de grãos armazenados em 1.400 bancos de genes existentes, os quais nem sempre estão em bom estado.
A reserva pode receber até 4,5 milhões de amostras, que continuam sendo propriedade dos que as depositaram. (Fonte: Folha Online)