A quantidade total de focas harpa que poderão ser caçadas aumentará para 330 mil, contra 280 mil em 2009. Já as cotas para as focas cinza e de capuz se manterão sem alterações, em 50 mil e 8.200 animais, respectivamente.
A razão, citada pelos funcionários, para o aumento da cota, é uma população de focas em crescimento no Golfo de San Lorenzo e nas águas ao leste de Newfoundland.
“Este governo está unido em apoio aos milhares de pescadores canadenses que dependem da caça de focas para sobreviver”, indicou o ministro de Pesca, Gail Shea, em um comunicado.
“A caça de foca é uma atividade sustentável baseada em princípios sólidos”, acrescentou.
As populações de focas cinza e de capuz estão avaliadas em mais de 300 mil e 600 mil, respectivamente, e “seguem crescendo a cada ano”.
A população de focas harpa, no entanto, está estimada em 6,9 milhões de animais, “mais do triplo do que existia na década de 1970”.
Recusa da Europa e ética – Aproximadamente 6 mil canadenses participam da caça de focas todos os anos na costa Atlântica, e 25% de suas vendas ocorriam pela exportação dos produtos à Europa.
Em julho de 2009, a União Europeia proibiu a importação de produtos derivados de foca a partir de 2010.
A médica veterinária Ângela Branco, coordenadora da ONG Pró-Animal (União pela Conscientização Ambiental e Preservação da Vida), afirmou que não se justifica a questão pela tradição da caça, pois deve haver uma “evolução ética”.
Quanto ao crescimento da população das focas, ela diz que “o desequilíbrio sempre acaba sendo criado pelo ser humano”, por suas próprias intervenções no meio. “A natureza é estável”, diz ela.
Também nesta segunda-feira, mulheres pintadas para parecer ensaguentadas se deitaram na rua, em frente ao consulado do Canadá, em Barcelona (Espanha), para protestar contra a matança de focas. (Fonte: Folha Online)