As partículas se chocarão com uma energia inédita de 7 teraelétron volts (TeV) dentro do túnel circular de 27 km do CERN, que se encontra enterrado 100 metros abaixo da terra, entre a França e Suíça, nas proximidades de Genebra.
“Com um feixe [no sentido inverso] de 3,5 TeV, estamos a ponto de lançar o programa de pesquisa física do LHC”, indicou em um comunicado Steve Myere, diretor encarregado dos aceleradores no CERN.
“A única maneira de sincronizar os dois eixos é em si um desafio: é um pouco como lançar duas agulhas de ambos os lados do Atlântico para se choquem no meio do Oceano”, assinalou.
“O LHC não é uma máquina em que basta apertar um botão”, indicou o diretor-geral do CERN, Rolf Heuer. “Funciona muito bem, mas ainda está numa etapa de ajustes. Pode demorar horas e inclusive dias para obter os choques”.
Os choques de prótons lançados em sentido inverno deveriam provocar o surgimento de elementares jamais observadas antes. Os investigadores do CERN buscam especialmente encontrar evidências da existência de partículas efêmeras como o bóson de Higgs, que deu a noção de massa na física teórica.
Os últimos êxitos do LHC constituem um alívio para os cientistas, depois de duas avarias que o instrumento físico mais preciso do mundo. O lançamento ocorreu em setembro de 2008.
Depois de sofrer reparos durante 14 meses, o LHC foi relançado em novembro de 2009. Um mês mais tarde obteve uma potência jamais vista de aceleração de feixes de prótons de 2,36 TeV, permitindo o choque de mais de um milhão de partículas.
Se alcançar os 7 TeV, o CERN atingirá uma potência três vezes e meia maior da potência máxima de seu concorrente, o Fermilab de Chicago (Estados Unidos).
Dentro de entre 18 e 24 meses, o LHC terá uma “parada técnica” de 8 a dez meses previstos, para prepará-lo para alcançar uma potência de 14 TeV. (Fonte: Folha Online)