O detector Atlas saiu na frente na disputa dentro do Grande Colisor de Hádrons (LHC), o simulador de “mini-Big Bangs”.
Apenas dias depois que o seu programa de Física começou a funcionar, o Atlas relatou sua primeira detecção de partículas bóson W.
Esse é um tipo de partícula já identificado em outros colisores, mas antes que os detectores no LHC possam tentar descobrir novas delas, precisam “redescobrir” as já estabelecidas.
A detecção inicial é um “excelente sinal” para conseguir as partículas realmente desejadas em breve, diz Fabiola Gianotti, que lidera a equipe Atlas.
“Isso demonstra que tanto o acelerador LHC como o detector Atlas funcionam extremamente bem”, diz ela.
Decaimento – As partículas bóson W se degradam quase instantaneamente em léptons e neutrinos.
Em duas ocasiões, desde que a máquina começou a suas colisões a 7 teraelétronvolts (trilhões de eletronvolts), no mês passado, os léptons – que podem ser pósitrons ou múons – foram detectados no calorímetro do Atlas e nas câmaras de múons.
Já os neutrinos não interagem de fato com o detector, mas sua presença foi inferida a partir do desequilíbrio na medição de momento total de decaimento ou degradação do detector, ou seja, sua “energia faltante”.
A detecção é interessante porque prevê-se que novas partículas, como a desejada bóson de Higgs, também se degradem em bósons W, diz o físico do Atlas Andreas Hoecker. “O bóson W é realmente muito central.”
David Barney, um membro do detector rival CMS, aponta para um “elemento de saudável competição entre os dois grandes detectores multifuncionais”. Ele diz que muitos eventos interessantes serão necessários em ambos para construir um quadro completo. (Fonte: Folha Online)