Procure pela resposta no Google e você encontrará cinco dados diferentes, todos argumentando ser “cientificamente embasadas”.
O problema é que todos estão embasados na ciência de 30 ou 40 anos atrás.
Agora, Matthew Charette e Walter Smith, da Instituição Oceanográfica Woods Hole, dos Estados Unidos, obtiveram um dado mais atual.
E a resposta é: os oceanos da Terra têm 1.332.000.000 de quilômetros cúbicos de água. E uma profundidade média de 3.682,2 metros.
Usando medições por satélite, os oceanógrafos descobriram que o volume total de água dos oceanos da Terra é menor do que a última estimativa em uma quantidade equivalente a cinco vezes o Golfo do México.
Apesar de parecer muito, contudo, e apesar da melhoria da tecnologia, o dado é apenas 0,3% menor do que a estimativa de 30 anos atrás.
O novo dado sobre a profundidade média do oceano, por sua vez, é de 21 a 51 metros menor do que as estimativas anteriores.
Relevo submarino – O menor volume de água resultante do novo cálculo não significa que a quantidade de água nos oceanos mudou, mas apenas que os dados ficaram mais precisos.
O aprimoramento das técnicas de medição reflete uma maior capacidade de detectar cadeias de montanhas submarinas, que ocupam um espaço que anteriormente se acreditava ser ocupado por água.
O que pode parecer ainda mais interessante é a precisão alcançada por cientistas no passado, utilizando técnicas de fato rudimentares para medir a profundidade do oceano.
Já em 1888, por exemplo, John Murray pendurou pesos de chumbo em uma corda e mergulhou-a a partir de um navio para calcular a profundidade média do oceano e, a partir daí, calcular seu volume de água. O resultado foi apenas 1,2% maior do que o dado agora obtido por Charette e Smith.
Mapa-múndi dos oceanos – As medições por satélite mostram que o fundo dos oceanos “é mais irregular e mais montanhoso do que se imaginava”, disse Smith.
Apesar disso, os radares instalados em satélites não são capazes de “ver” o fundo do oceano, explica o pesquisador. Em vez disso, eles medem a superfície submarina, que reflete o que está embaixo.
Por exemplo, se há uma cordilheira sob uma determinada parte do oceano, sua presença resultará em uma leve protuberância na superfície da água. “Eu tomo o conjunto dos dados e estimo a localização e a altura das montanhas”, diz Smith.
O projeto de medições por satélite cobriu praticamente todos os oceanos do mundo, com exceção de algumas áreas do Ártico, que são cobertas com gelo. O resultado é um “novo mapa-múndi” dos oceanos, acrescenta Smith. “Matt e eu estamos vendo uma imagem melhor da forma e do volume dos oceanos.”
Problemas das medições por satélite – E o dado sobre o volume de água nos oceanos agora obtido deve continuar a baixar.
Acontece que as medições por satélite têm seus problemas. “Há um problema de resolução espacial, como uma câmera fora de foco,” diz Smith. “Estamos medindo a superfície do mar que é afetada pelas montanhas, mas estamos vendo apenas montanhas muito grandes, e de forma embaçada. A resolução é 15 vezes pior do que os nossos mapas de Marte e da Lua.”
Consequentemente, os pesquisadores afirmam que são necessárias mais medições por navios para aumentar e refinar os dados de satélite. E, até agora, sonares e outros instrumentos instalados em navios mapearam apenas 10% do solo oceânico da Terra.
Um único navio levaria 200 anos para fazer o trabalho que falta – se forem usados 10 navios, a meta poderia ser alcançada em 20 anos. Isso custaria, nos cálculos de Smith, cerca de US$2 bilhões. Os benefícios? Melhores modelos climáticos. (Fonte: Site Inovação Tecnológica)