Estudantes do ensino fundamental do semiárido baiano vão aprender a produzir robôs, desenhos animados e até curtas-metragens de animação a partir desta segunda-feira (21), quando a cidade de Serrinha (BA) inaugura o Centro de Educação Científica do Semiárido. A instituição seguirá os moldes do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS).
Esta é a terceira escola de educação científica controlada pela Associação Alberto Santos Dumont para Apoio à Pesquisa no país. Outras duas funcionam em Natal e Macaíba (RN). A unidade de Serrinha recebeu repasse de R$ 5 milhões, do Governo da Bahia, para funcionamento durante os primeiros 18 meses.
Em Serrinha, a aula inaugural será ministrada pelo médico paulista Miguel Nicolelis, coordenador do laboratório de neurociências da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e diretor do Instituto Internacional de Neuro ciências de Natal. “Espero que os estudantes baianos tenham oportunidade de se tornar pesquisadores e cientistas.”
Nicolelis é responsável por uma nova técnica que pode dar grandes esperanças aos pacientes vitimados pelo mal de Parkinson. O estudo, feito com camundongos, ganhou a capa da edição do periódico científico “Science”.
Robôs de sucata – Os alunos, a partir da 5ª série, vão poder frequentar o centro no turno oposto ao que frequentam as aulas nas escolas municipais e estaduais. O endereço será o prédio do Colégio Estadual André Negreiros, cedido pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia.
Para completar as primeiras 400 vagas, cerca de 1,6 mil candidatos participaram da seleção para ingressar no centro de Serrinha. Serão dois anos de aulas práticas em oficinas e laboratórios científicos.
Segundo Nicolelis, a oficina de Ciência e Robótica vai permitir que os alunos tenham acesso a matérias como mecânica e eletrônica, usando sucata e kits de montagem de motores e sensores controlados por computador.
Outro exemplo de oficina é a que vai permitir aos alunos a edição de histórias em quadrinho e desenhos de animação, usando tecnologias analógicas e digitais, de fotografia e edição de som e vídeo.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do total de 152.251 escolas de ensino fundamental do país, 49.477 tinham laboratório de informática e outras 15.238 tinham laboratório de ciências. Os dados são referentes ao ano de 2009. (Fonte: Glauco Araújo/ G1)