Dados de satélite sinalizam que o desmatamento na Amazônia pode ter uma redução grande neste ano. Entre agosto de 2009 e maio de 2010, 1.567 km2 foram desmatados – uma redução de 47% em comparação com o período 2008/2009 (2.960 km2).
Esses números do Deter, o sistema de detecção em tempo real do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), porém, não são completos.
Têm de ser confirmados pelo Prodes, o sistema mais preciso usado pelos pesquisadores do instituto.
Por não ser em tempo real, porém, o Prodes não aponta com agilidade novos focos de desmatamento para o Ibama. Ainda tem dados de 2010.
O Deter, mesmo sendo ágil, sofre com a cobertura de nuvens (o Prodes fotografa só durante a seca), que varia mês a mês, barrando a visão dos satélites e tornando difícil estabelecer boas tendências de desmatamento. Nos últimos meses, Estados campeões de desmate, como o Pará, estavam encobertos.
Os números acima também não incluem junho e julho, em que tradicionalmente se desmata muito. Além disso, há um limitação de resolução do Deter, que só identifica desmates maiores do que 25 hectares (o Prodes vê áreas de até seis).
Segundo Dalton Valeriano, que coordena os dois programas dentro do Inpe, como a proporção de desmatamentos grandes está diminuindo na Amazônia, é natural que os números do Deter encolham. Afirmar que o país está desmatando menos ainda é mera “especulação”, diz.
“Hoje, o desmatamento pequeno representa até 60% do total. É muito mais fácil fiscalizar os grandes.”
Em 2009, o Deter apontou cerca de 3 mil km2 de desmatamento na Amazônia. O Prodes encontrou 7.500 km2. (Fonte: Ricardo Mioto/ Folha.com)