Presidente da SBPC quer mais ligação entre empresas e pesquisa

A ciência precisa contribuir mais para o desenvolvimento. Essa é a opinião do anfitrião da maior conferência científica do Brasil, o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antônio Raupp.

Durante a abertura da 62ª reunião anual da SBPC, que ocorre nesta semana em Natal, Raupp defendeu mais investimentos em institutos de pesquisa que possam aliar o conhecimento acadêmico às necessidades econômicas do país.

Segundo ele, essa será a principal reivindicação levada pelos cientistas às candidatas à presidência da república Marina Silva (PV) e Dilma Roussef (PT), que são esperadas durante a conferência em Natal.

“Ainda é muito reduzido o número de empresas que investe em pesquisa. Sem isso elas não inovam, perdem produtividade e correm o risco de serem ultrapassadas pela concorrência internacional.”

De acordo com Raupp, o Brasil já tem bons exemplos de áreas econômicas que se desenvolveram graças ao investimento em ciência, e é necessário replicar essas experiências.

“O sucesso do agronegócio brasileiro se deve enormemente à Embrapa. No petróleo, o que dá competência à Petrobras para que ela seja referência mundial em águas profundas é o seu centro de pesquisas. Na aeronáutica, o exemplo é a Embraer, criada com suporte do Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA) e do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), e hoje é a terceira maior fabricante de aviões do mundo.”

Para o presidente da SBPC, é necessário criar uma‘novas Embrapas’ para a Amazônia, para a exploração do mar, para o desenvolvimento do Semi-Árido e para os setores industrial, elétrico, farmacêutico e microeletrônico.

Educação – Raupp também cita a educação básica como um dos grandes desafios para o desenvolvimento brasileiro. Segundo ele, o país não está preparado para enfrentar uma economia mundial que exige alto nível de educação.

“A inclusão pela educação é o único meio de garantir a sustentabilidade de qualquer processo de modernização da sociedade”, defende. (Fonte: Iberê Thenório/ G1)