O Comitê de Patrimônio Mundial da Unesco, que se reúne em Brasília, informou nesta sexta-feira (30) que recomendou ao Peru manter “medidas reforçadas de controle” na cidadela inca de Machu Picchu, sobretudo após os temporais de janeiro.
Em sua 34ª reunião, membros do comitê se inclinavam por incluir a cidade inca na lista de patrimônios da humanidade “em perigo”, mas finalmente só foi acordado pedir ao Peru que se mantenha “vigilante” e que regule o fluxo de turistas nas ruínas.
Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, o comitê disse que reconhece “os esforços” do governo peruano para preservar o lugar, que desde 1983 figura na lista de patrimônios da humanidade elaborada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Jerusalém – Na mesma reunião, o comitê decidiu manter à Cidade Antiga de Jerusalém em sua lista de bens ameaçados, sobretudo pelo “avanço das expedições exploratórias”, que minaram algumas características de muitos dos 220 monumentos históricos que, em 1981, lhe valeram o título de Patrimônio Mundial da Humanidade.
Além disso, os especialistas da Unesco decidiram incluir nessa lista de bens ameaçados à catedral Bagrati e o mosteiro de Gelati, ambos situados na Geórgia.
Em relação aos dois lugares, o comitê manifestou sua “preocupação a respeito das intervenções irreversíveis que estão ocorrendo como parte de um projeto de reconstrução”, que “debilitaria a integridade e autenticidade” das ruínas.
Uganda – À lista dos patrimônios em perigo somaram-se também as tumbas dos Reis Buganda em Kasubi (Uganda), que em março deste ano foram parcialmente destruídas por um incêndio.
Embora o lugar deva ser reconstruído, o comitê da Unesco decidiu incluí-lo em sua lista de bens ameaçados, pelo menos até que as obras sejam concluídas.
A decisão que causou mais polêmica até agora em Brasília foi à retirada das ilhas Galápagos (Equador) da lista de bens ameaçados, na qual estavam desde 2007 devido ao turismo crescente e outros problemas de corte ambiental e social.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), órgão consultivo da Unesco, essa decisão foi “apressada”, pois apesar dos “esforços do governo equatoriano para preservar o arquipélago, a situação nas Galápagos continua sendo crítica”.
Durante a reunião realizada em Brasília, que termina no próximo dia 3 de agosto, a Unesco também deverá decidir sobre 39 novas candidaturas a patrimônio mundial, que foram apresentadas por 33 países. (Fonte: Folha.com)