Uma das ausências no pacote de artigos recém-publicados sobre o Censo da Vida Marinha envolve as águas da América do Sul e, em especial, as da plataforma continental do Brasil.
“Estive envolvido mais no trabalho de formiguinha do registro de espécies, e não no de síntese. O que aconteceu é que alguns pesquisadores ainda não entregaram suas contribuições. Devemos ter tudo isso em outubro”, diz Fábio Lang da Silveira, da USP, referindo-se à conferência em Londres que deve encerrar oficialmente os trabalhos ligados ao censo.
Para ele, não é surpresa que o Brasil apareça numa posição um tanto medíocre em termos de biodiversidade marinha. “Não é segredo para ninguém que a nossa frota pesqueira costuma ir para o Uruguai e a Argentina. Águas tropicais como as nossas são pobres em nutrientes. E, claro, havia pouquíssimos dados antes do censo”, lembra.
Para Cristina Rossi Nakayama, bióloga do Instituto Oceanográfico da USP que integrou o censo até 2008, um dos principais legados do projeto é a colaboração internacional que ele fomentou.
“O trabalho do consórcio sul-americano na Antártida foi uma grande conquista”, afirma ela. (Fonte: Reinaldo José Lopes/ Folha.com)