O Ministério do Meio Ambiente divulgou nesta segunda-feira (9) que, entre agosto de 2009 e junho de 2010, houve uma redução de 49% no desmatamento no bioma amazônico, na comparação com o mesmo período entre 2008 e 2009. Enquanto o balanço atual indica que foram desmatados 1.808,55 quilômetros quadrados (km²), no penúltimo levantamento o desmatamento atingiu 3.536,68 km².
Apesar da redução, a região desmatada entre agosto de 2009 e junho deste ano equivale às áreas das cidades de São Paulo (1,522 km²) e Belo Horizonte (330 km²) juntas ou a 220 mil campos de futebol.
Os dados são do Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), sistema utilizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para medir o desmatamento. Dos Estados que compõem a região Amazônica, o Pará foi o que teve o maior desmatamento em junho, com 160,6 km².
O município de Novo Progresso, que costuma ser o campeão de desmatamento, também apresentou uma redução de 66% de destruição, comparado o ano passado com esse ano. Enquanto entre 2008 e 2009, foram destruídos 168,6 km², de 2009 para 2010 o índice caiu para 57,23 km².
Segundo o presidente do Inpe, Gilberto Câmara, o Brasil é líder mundial no uso de satélites para monitorar o desmatamento em florestas tropicais. Ele disse que há intenção, inclusive, de importar esta tecnologia para países africanos e latino-americanos para identificar suas áreas de florestas tropicais com os problemas de devastação.
Câmara, contudo, demonstrou cautela ao falar da significativa queda no desmatamento. Ele afirmou que os índices resultantes dos monitoramentos, via satélite, são prejudicados pela cobertura de nuvens nos locais além dos pequenos desmatamentos não detectados pelo equipamento.
A ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, afirmou que houve uma mudança na estratégia de combate ao desmatamento na região, incluindo, além dos latifúndios, as pequenas e médias propriedades.
“A estratégia focava as grandes propriedades, mas há também os ‘puxadinhos’. São as áreas menores, que começaram a ser significativas [no índice de desmatamento] ao longo dos anos”, explicou. “O resultado é muito bom e sinaliza uma tendência apresentada já no ano passado”, disse a ministra.
O ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, avaliou que os resultados são consequência do avanço tecnológico no sistema de monitoramento da Amazônia, que deve nos próximos anos deve receber mais dois satélites. Em 2011, deve ser lançado o satélite Cbers-3 e, em 2012, está previsto o início das operações do Amazônia 1. (Fonte: Camila Campanerut/ UOL Notícias)