Médicos da rede pública do Rio são treinados para salvar pessoas com infarto agudo do miocárdio

 
Médicos e enfermeiros da Rede Pública de Saúde e das Unidades de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Rio de Janeiro participam hoje (30) de mais uma edição do programa nacional de treinamento, promovido pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo (InCor), com o objetivo de aprimorar os profissionais no atendimento a casos de infarto agudo do miocárdio (IAM). 

O programa de Treinamento Integrado em Medicina de Emergência (Time) vem sendo desenvolvido há três anos e percorre anualmente uma média de 25 capitais e grandes metrópoles brasileiras. O coordenador executivo do projeto, cardiologista Fábio Augusto De Luca, informou à Agência Brasil que mais de 2 mil profissionais já foram treinados nesse período, em todo o país.

De Luca destacou a importância do Time para que os profissionais do setor de emergência, que muitas vezes não são especialistas em cardiologia, possam prestar um atendimento rápido às pessoas acometidas pelo infarto, contribuindo para sua recuperação. “Isso é fundamental”. As doenças cardiovasculares, entre as quais se incluem o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral, ou derrame, são o que mais mata no mundo, revelou. “No Brasil, por exemplo, mais de 32% de todos os óbitos são por doenças cardiovasculares”, disse.

O IAM é uma doença que pode ser fatal se não for tratada de forma precoce, alertou. “Metade das pessoas que têm um tipo de infarto não consegue nem chegar ao hospital. E os que chegam têm uma mortalidade que vai variar entre 6% e 15%. Então, o tratamento precoce, efetivo e agudo vem realmente mudando a história da doença. A gente tem conseguido salvar um número maior de pessoas”.

O projeto Time atende solicitações das secretarias estaduais e municipais de Saúde e conta com apoio da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. O ganho em termos de conhecimento dos médicos e enfermeiros após o treinamento atinge mais de 80%. “Realmente, o profissional sai com as noções básicas e importantes para fazer o tratamento daquele paciente”, afirmou De Luca.

Estudo do InCor mostra que cada minuto, nas três primeiras horas do infarto, que se retarda a realização de algum procedimento para desentupir a artéria, significa que o paciente vive 11 dias a menos. De Luca afirmou que se o atendimento demorar 30 minutos para ocorrer, se a pessoa sobreviver, vai viver um ano a menos, porque terá complicações cardíacas do infarto, como arritmias.
(Fonte: Agência Brasil)