Um dos segredos para a intensa habilidade dos morcegos de processar o som é que seus neurônios trabalham em equipe para conduzir a importância de certos sinais – como um chamado de raiva ou um pedido de socorro -, ao mesmo tempo que reduzem o efeito de sons menos importantes, relataram pesquisadores do Centro de Medicina da Universidade de Georgetown, no encontro anual da Sociedade de Neurociência em San Diego, nos EUA.
“Funciona como um time de basquete”, a neurologista Bridget Queenan, envolvida no estudo. “Existem neurônios no cérebro com funções definidas, assim como cinco rapazes numa quadra.”
Em diferentes instâncias, dependendo do sinal específico que precisa ser urgentemente processado, os neurônios agem de maneiras diferentes.
“[Poderia ser] um neurônio processando o som, outro ‘silenciando’ os neurônios vizinhos e outro ajudando a impulsionar a atividade do primeiro neurônio”, disse Queenan.
Ela e seus colegas estudaram os morcegos inserindo eletrodos em seus cérebros e registrando a atividade cerebral após uma série de tons e chamadas.
Com esse sistema, identificaram o grau de individualidade com que os neurônios reagiam a chamados em várias instâncias, como em situações barulhentas ou silenciosas.
“Agora estamos começando a ver um pouco como esses agentes trabalham juntos num contexto específico”, disse ela. “É como se tirássemos fotos das telas de um jogo em diferentes pontos da ação.”
Estudos como este podem ajudar pesquisadores a compreender melhor como funciona o sistema auditivo humano.
Nos humanos, o ruído ambiente, como um congestionamento ou conversas no fundo, pode ser ouvido e ignorado, enquanto os barulhos importantes, como um choro de bebê ou um alarme, podem gerar reações imediatas. (Fonte: Folha.com)