Pesquisadores do MIT apontam falha na ideia de se criar aeronave à prova d’água

Remover gelo de aeronaves com produtos químicos é caro, ambientalmente hostil e demorado. Isso é notório entre os passageiros que ficam encalhados durante nevascas de inverno.

Durante a última década, pesquisadores exploram a possibilidade de construir aviões com materiais hidrofóbicos ou à prova d’água, que não exigiriam o processo de retirada do gelo.

Hoje, porém, pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) relatam que a tentativa é falha. Mesmo sendo à prova d’água, uma superfície não pode ser à prova de gelo ou de geada. Essas descobertas aparecem na revista “Applied Physics Letters”.

“A água pode passar diretamente do estágio gasoso para o sólido”, diz Kripa Varanasi, principal autor do estudo e professor de engenharia mecânica do MIT. “Quando o gelo se forma dessa maneira, geralmente chamado de geada, numa superfície super-hidrofóbica, ele pode praticamente cobri-la inteiramente.”

O resultado é uma superfície coberta de gelo que não é mais hidrofóbica, mas incrivelmente hidrofílica, ou captadora de água, comenta.

Varanasi acredita que o acúmulo de gelo pode ser melhor controlado com a criação de uma superfície com texturização em nanoescala.

A tecnologia também teria aplicações fora da aviação. Turbinas eólicas tendem a acumular grandes quantidades de gelo e, além de gerar um arrasto significativo e reduzir o desempenho, uma turbina girando pode arremessar grandes pedaços de gelo e causar danos graves.

O verdadeiro desafio está em criar uma textura ideal, que impeça a formação indesejada de gelo e que seja durável e escalável, afirma Varanasi. (Fonte: Folha.com)