A descoberta na China do fóssil bem preservado de um pterossauro com seu ovo revelou segredos sobre o sexo e a reprodução destes répteis voadores, contemporâneos dos dinossauros e extintos há 65 milhões de anos, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (20).
O fóssil, tem 160 milhões de anos, mostra pela primeira vez que a fêmea de pterossauro – da família dos pterodáctilos – tinha o quadril mais amplo que o macho, e ao contrário dele, não tinha a crista na cabeça.
“O fóssil que encontramos, um Darwinopterus – gênero do pterossauro – foi preservado com um ovo, o que mostra que se tratava de uma fêmea”, disse David Unwin, paleobiólogo da Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha, e co-autor do estudo publicado na revista americana Science de 21 de janeiro.
A descoberta “permite determinar com certeza o sexo do animal, um fato muito raro no que diz respeito a fósseis e inédito com pterossauros”, indicou.
“Temos finalmente uma boa explicação para a crista dos pterossauros, que intrigou os cientistas durante mais de um século”, porque apenas alguns indivíduos apresentavam esta característica, explicou.
A novidade também possibilitará uma reclassificação dos pterossauros fêmeas e machos na mesma espécie, já que antes acreditava-se que eram espécies diferentes.
Ovos – O pterossauro, batizado de “Senhora T”, foi encontrado em 2009 na província chinesa de Liaoning (nordeste da China) em uma formação geológica do período Jurássico médio.
O ovo era bem pequeno, com massa estimada em 6,1 gramas e casca bastante frágil.
“São características típicas dos répteis, totalmente distintas dos pássaros, que põem ovos grandes e com cáscara dura”, apontou Unwin.
A análise da “Senhora T”, com asas de 78 cm de envergadura, joga luz também sobre a reprodução dos pterossauros. (Fonte: G1)