Os preferidos de quase todos os paladares, os peixes predadores, tiveram suas populações diminuídas em dois terços nos últimos 100 anos. Enquanto bacalhau, atum e garoupa são cada vez mais raros nos oceanos, peixes como anchova e sardinha (muitas vezes usados como isca) mais do que dobraram durante este mesmo período.
Pesquisadores do Centro de Pescas da Universidade da British Columbia, nos Estados Unidos, liderados pelo professor Villy Christensen usaram mais de 200 modelos com descrições detalhadas sobre a cadeia alimentar marinha nos ecossistemas marinhos de todo o mundo entre os anos de 1880 e 2007. A partir destes dados eles construíram um sistema que permitiu avaliar de maneira padronizada onde ocorria a distribuição espacial da teia alimentar. O estudo foi apresentado nesta sexta-feira (18) na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), em Washington, DC.
De acordo com os pesquisadores, a relação entre o crescimento e diminuição dos dois tipos de população fornece a evidência mais forte até agora de que a pesca está quebrando a cadeia alimentar dos peixes e impactando os ecossistemas a nível mundial. “A sobre pesca tem tudo a ver com o ditado “quando os gatos partem os ratos fazem a festa’. “Ao retirar grandes espécies de predadores, peixes pequenos prosperam”, disse Christensen.
A equipe também descobriu que 54 % do declínio da população de peixes predatórios, ocorreram nos últimos 40 anos. “Alguns períodos foram mais intensos que o outro, mas de modo geral este declínio foi se intensificando ao longo dos últimos 40 anos”, disse Christensen.
De acordo com o pesquisador, atualmente, os peixes pequenos são transformados em farinha ou óleo de peixe e utilizados como alimentos para peixes cultivados em cativeiro. “Se esta tendência continuar, nossos oceanos podem se tornar uma espécie de fazenda que produz apenas insumos para o setor de aquicultura. Adeus, mar selvagem!”, disse. (Fonte: Portal iG)