Cientistas afirmam ter descoberto o primeiro fóssil de um dinossauro em Angola, a nova espécie surge como uma boa notícia no campo da ciência do país que começa a se reerguer após anos de guerra.
O estudo publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciência descreve que o saurópode herbívoro tinha pescoço comprido e foi uma das maiores criaturas que já passou pela Terra. A equipe internacional que descobriu e identificou o osso do antebraço fossilizado dizer que se trata de um dinossauro até então desconhecido, citando características únicas do esqueleto.
O fóssil foi encontrado junto com fósseis de peixes e dentes de tubarão em uma área que há 90 milhões de anos estava no fundo do mar, o que fez com que pesquisadores suspeitassem que o dinossauro poderia ter sido arrastado para o mar e dilacerado por tubarões primitivos.
O novo dinossauro recebeu o nome de Angolatitan adamastor – Angolatitan significa gigante angolano e Adamastor, um mítico gigante do mar.
Matthew F. Bonnan, especialista em saurópodes da Universidade do Oeste de Illinois (EUA) e que não participou da pesquisa disse que o estudo está bem fundamentado sobre a descoberta de uma nova espécie. “Eu acho que eles foram muito cuidadosos”, disse adicionando que a descoberta pode contribuir para o entendimento sobre como os saurópodes se adaptaram a ambientes diferentes.
Bonnan ainda disse que foi “muito interessante” ver um estudo assim vindo de Angola. “O mais maravilhoso da paleontologia é que ela está ficando cada vez mais global”, disse. Para Bonnan, estudos como este dão aos cientistas uma perspectiva global sobre a evolução dos dinossauros.
Os pesquisadores disseram que o PaleoAngola, projeto que descobriu o fóssil, começou em 2005 e foi a primeira expedição desde os anos 1960 – quando iniciou a guerra pela independência de Portugal, conquistada em 1975. A luta terminou em 2002 e o país ficou repleto de minas terrestres e empobrecido. A descoberta de petróleo nos últimos anos desencadeou um boom econômico.
Para o professor da universidade Nova Lisboa (Portugal) e integrante do PaleoAngola, Octavio Mateus, a falta de fundos tem sido a grande barreira para a pesquisa científica no país. “Nós não temos mais problemas com campos minados nem com segurança”, disse Mateus.
Mateus descobriu o fóssil do Angolatitan adamastor em 2005. Os anos seguintes foram dedicados para escavações e também para finalizar a pesquisa. (Fonte: Portal iG)