Duas ocorrências relacionadas a ondas de rádio que são emitidas por Saturno e registradas pela sonda Cassini estão intrigando os astrônomos da Nasa (agência espacial americana).
Eles descobriram que os sinais emitidos pelo hemisfério norte e sul, que a princípio se acreditava serem controlados pela rotação do planeta, são diferentes – conhecidos como radiação quilométrica de Saturno, os sons não são captados pelo ouvido humano, mas foram convertidos pela Cassini.
Quando a nave Voyage visitou o planeta no início dos anos 1980, as emissões indicaram que a duração de um dia seria de 10,66 horas. Mais tarde, a sonda Ulysses e Cassini indicaram que as pulsações variavam de segundos até minutos.
Nessa última sondagem, o período de “pulsações” no norte do planeta foram equivalentes a 10,6 horas. O sul apresentou um pouco mais, 10,8 horas, segundo o site Space.com.
Com essa descoberta, é possível que a Nasa tenha que refazer o cálculo de quanto dura um dia em Saturno.
Outra novidade é que os cientistas descobriram que as variações apresentadas pelos sinais também mudam drasticamente ao longo do tempo.
Eles acreditam que as diferenças nos períodos das ondas de rádio não têm a ver com os hemisférios e a rotação, mas aparentemente com a estação do ano, a interferência de ventos que circulam em altitude elevada nos dois hemisférios de Saturno e o impacto do campo magnético que cobre todo o planeta.
Auroras – Um outro estudo, com informações fornecidas pelo telescópio espacial Hubble, mostrou que o campo magnético de Saturno variou com as auroras do norte e do sul e as emissões de ondas de rádio.
“A chuva de elétrons na atmosfera, que produz as auroras, também produz as emissões de rádio e afeta o campo magnético de Saturno. Os cientistas acreditam que todas essas variações que vemos estão relacionadas às mudanças do Sol e suas influências sobre o planeta”, diz Stanley Cowley, da Universidade de Leicester. (Fonte: Folha.com)