Representantes do agronegócio fizeram vários atos na terça-feira (5), em Brasília, para pressionar pela aprovação do projeto que revisa o Código Florestal.
Segundo a Polícia Militar, 10 mil pessoas participaram da passeata e de uma missa campal. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que representa os agricultores, fala em 20 mil.
Líderes do movimento ficaram frustrados com a posição do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que quer aguardar o fim do debate em uma nova comissão especial para levar o novo código ao plenário.
A falta de posição clara do governo sobre o tema também é um empecilho para a votação. Os ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura têm divergências.
Sentindo que os ambientalistas podem perder a queda de braço com os ruralistas, a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) esteve na Câmara e falou da possibilidade de estender o prazo do decreto presidencial, que vence em 11 de junho, para que os produtores façam a averbação (ou seja, a delimitação) de sua reserva legal.
Izabella é contra o relatório de Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Reclama, principalmente, da anistia que será concedida a pequenos agricultores que desmataram suas terras.
Já o ministério da Agricultura é a favor do texto de Rebelo. Segundo o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), o Planalto deve encerrar o impasse até o fim da semana.
Na terça-feira (5), Rebelo confirmou que vai retirar do seu substitutivo a “moratória do desmatamento”. O artigo prevê período de cinco anos no qual não seria permitido o corte raso de floresta nativa para uso agropecuário.
Outra mudança será a possibilidade de a reserva legal ser compensada no mesmo tipo de ambiente, mas em Estados diferentes.
De acordo com Kátia Abreu, presidente da CNA, o projeto põe fim à “agonia de brasileiros”. “Os mais de 24 mil agricultores vieram aqui para demonstrar o desespero de cada um. Deles, 99% estão com sua produção de alimento na ilegalidade.”
Aldo e Marina – A ex-ministra do Meio Ambiente e candidata derrotada à presidência Marina Silva entrou na briga entre ruralistas e ambientalistas.
Disse, em sua conta do Twitter, que as mudanças no Código Florestal deveriam “proteger florestas, recuperar áreas destruídas e apoiar agricultores para que produzam de forma sustentável”.
Em resposta, Rebelo disse que a intransigência de Marina “mostra que ela tem responsabilidade na legislação que levou para a ilegalidade muitos agricultores do país”. (Fonte: Folha.com)