Embrapa é a responsável por banco de material genético de animais selvagens da América Latina

O primeiro banco de material genético (germoplasma) de animais selvagens da América Latina está aos cuidados, a partir de quarta-feira (12), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A Fundação Jardim Zoológico de Brasília era a depositária da unidade de conservação do material, mas um acordo possibilitou a cooperação técnica e a transferência dos germoplasmas.

A ação conjunta é um avanço no trabalho de conservação e pesquisa com animais silvestres e exóticos, em prática desde 2010. No acordo assinado, fica assegurado ao zoológico de Brasília, o acesso, em primeira mão, a qualquer material genético com vistas à conservação e pesquisa.

Com a tecnologia, poderá ser feita reprodução assistida de animais, que engloba a inseminação artificial, fertilização in vitro e transferência de embrião. O armazenamento das células-tronco possibilita, por exemplo, tratamento de animais, pesquisa e, caso necessário, a clonagem de animais. O material genético fica guardado em botijões de nitrogênio a 196 graus Celsius abaixo de zero.

A Embrapa já mantém um banco de germoplasma com maioria de espécies doméstica. Alexandre Floriani Ramos, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, disse que o foco é a conservação dos recursos genéticos, principalmente, de espécies ameaçadas. “O material estará resguardado para uso futuro em pesquisas ou na reintrodução dessas espécies, eventualmente extintas, na natureza”, completa.

O diretor-presidente do zoológico de Brasília, José Belarmino da Gama, comemora a parceria. “Tínhamos um custo muito elevado. Agora com o convênio com a Embrapa, que já fazem isso em animais de produção, poderemos ampliar esse trabalho sem custo para o zoológico”, afirma Belarmino.

Em quase um ano de projeto no zoológico, já foram coletados materiais genéticos de 21 animais, como lobo-guará, raposa, macaco-prego e tamanduá. (Fonte: Agência Brasil)