Estudo de mandíbula de peixes traz nova visão sobre extinção de grupo

Há 420 milhões de anos, o mundo era habitado por animais completamente diferente dos atuais. Peixes com exoesqueletos e sem mandíbulas dominavam os mares, rios e lagos; paralelamente, surgiam os primeiros peixes com mandíbulas, algumas delas com formas e estruturas que em pouco lembram as que conhecemos.

Há tempos, a teoria mais aceita diz que os peixes com mandíbulas se adaptaram melhor ao meio e, por isso, as demais espécies foram extintas. Contudo, um novo estudo, que aplicou conceitos da física e da engenharia para entender as funções alimentícias dessas mandíbulas arcaicas, mostrou que essa teoria estava errada.

“A variedade de mecanismos nos primeiros animais com mandíbulas parece ter tido pouco ou nenhum efeito na diversidade dos peixes sem mandíbula, que compartilharam o espaço ecológico com eles por pelo menos 30 milhões de anos antes de começar o declínio”, afirmou Philip Anderson, da Escola de Geociências de Bristol, no Reino Unido, autor do artigo publicado nesta semana pela “Nature”.

“Quando o declínio dos peixes sem mandíbula começa de fato, não vemos indício de que seus primos com mandíbula tenham assumido novas funções, questionando as velhas ideias de substituição ecológica”, prosseguiu o pesquisador.

O grupo de estudos espera que esses novos métodos de avaliar a variação em sistemas funcionais, como o aparato digestivo, sejam aplicados para estudar outras transições, como, por exemplo, extinções em massa. (Fonte: G1)